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CARREIRA

          Tudo começou com a paixão do meu pai pelo esporte a motor. Desde o início, foi ele que me apresentou o automobilismo, quando eu tinha apenas 10 meses de idade, ele comprou um carrinho elétrico para eu ficar desviando dos móveis em casa. Com o passar do tempo, eu fui crescendo e os brinquedos também. Meu pai sempre participou de vários campeonatos de kart e isso foi o que despertou minha vontade. 

          Aos 6 anos de idade, foi quando pedi pela primeira vez para andar de kart. A partir daí toda minha história, começou no kart Inn Jaguaré. Depois de várias baterias e vitórias no kart indoor, meus pais decidiram me levar para fazer uma aula com o Paulo Carcasci, no kartódromo da Granja Viana. A ideia era ter uma avaliação de um profissional, para saber se valeria a pena investir na minha carreira no automobilismo. 

          Iniciei minha carreira na categoria mirim, onde tive minha estreia na última etapa do ano em 2006, terminado em 2º lugar. Em 2007, tive sucesso logo de cara e conquistei o vice-campeonato da Copa São Paulo de Kart Granja Viana. Nos dois anos seguintes, participei das categorias Cadete e Super Cadete no mesmo campeonato e me consagrei campeão nos dois anos, me tornando Bicampeão da Copa São Paulo. Como fui campeão da Super Cadete, recebi a oportunidade de disputar uma etapa do Florida Winter Tour nos Estados Unidos. Foi uma experiência incrível para mim, que na época tinha apenas 10 anos, de poder me comparar com pilotos internacionais e ter conseguido liderar a corrida final.

          Em 2010, subi para a categoria Junior Menor, onde é o momento que se tem a transição dos karts pequenos para os karts grandes. Tive uma rápida adaptação e conquistei ótimos resultados. Me tornei Campeão Sul Brasileiro de Kart e 4º lugar na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro. Por causa da minha boa participação no Florida Winter Tour no ano anterior, fizemos mais uma tentativa, e na etapa de Orlando, conquistei o 3º lugar. Nesse momento, as categorias não tinham mais motores sorteados, o que abriu espaço para uma corrida por um equipamento de alto nível. Sempre procuramos um equipamento que desse para participar das disputas, mas pela falta de recursos, os investimentos foram limitados. No ano seguinte, na mesma categoria a ideia era continuar evoluindo sempre visando aprender com todas as situações. No Campeonato Sulamericano, foi um dos momentos que eu aprendi que nunca se deve desistir e extrair o máximo do equipamento que está disponível no momento. Durante todos os treinos livres e na tomada de tempo, não consegui achar o acerto ideal para o kart, o que me fez largar, em todas as corridas classificatórias, no final do pelotão. Ao final desse dia, eu já estava convicto que com o equipamento que eu tinha, não daria para brigar pelo campeonato, mas foi nesse momento que eu estava enganado. No último dia de corrida, só teria mais um aquecimento de dez minutos antes das corridas finais. Foi aí que junto com minha equipe, consegui dar a volta por cima. Terminei em 7º na pré-final e cheguei a liderar grande parte da corrida final e acabei conquistando o Vice-Campeonato.

          Em 2012, fiz minha estreia na categoria Junior e no ano seguinte, após ter aprendido com os pilotos mais experientes que já estavam na categoria, atingi ótimos resultados nos principais campeonatos do ano. Conquistei o 3º lugar no Campeonato Brasileiro, Vice-campeão Paulista e da Copa do Brasil e Campeão da Copa das Federações.

          No ano de 2014, chegou o momento que todo kartista deseja, que é se tornar piloto graduado de kart. Minha estreia foi muito especial, conquistei a pole na primeira corrida do ano. Acabei não conseguindo finalizar com chave de ouro, mas terminei na 2ª colocação. Após o Campeonato Brasileiro, onde conquistei novamente o 3º lugar, eu já estava pensando qual seria o próximo passo na minha carreira. É nesse momento que surge a pergunta de qual seria o caminho correto.

          Em outubro, surgiu a oportunidade de fazer um teste na F4 italiana, na equipe Euronova, dirigida pelo ex piloto de Fórmula 1 Vicenzo Sospiri. Naquele momento, eu não tinha nenhuma experiência com qualquer carro de corrida, e isso me preocupava, porque é importante passar uma boa impressão no primeiro teste na Europa. Com isso, fui atrás de fazer um teste em qualquer carro de fórmula que pudesse me dar uma noção básica do que eu ia enfrentar na Europa. A ideia era encontrar algo com o custo acessível. Consegui marcar um teste no Uruguai, onde na época, estava acontecendo a F4 Sudamericana, que tinha condições parecidas com o que eu encontraria na Itália. Foram dois dias de teste, com apenas um jogo de pneus novos. O primeiro dia, foi para aprender as técnicas básicas de como se deve guiar um fórmula, então a ideia era aprender a técnica de freada, aceleração e analisar os gráficos de telemetria. No segundo dia, já mais familiarizado com o carro e com a pista, colocamos o pneu novo para entender se eu ainda estava muito longe do ritmo dos pilotos que estavam participando do campeonato. Neste dia, eu consegui quebrar o recorde da pista, na categoria, o que me fez sentir confiante em ir para Europa e realizar o teste.

          Chegando na Itália, no autódromo de Adria com a equipe Euronova, foram dois dias de teste, com um jogo de pneus novos para cada dia. A cada saída para a pista, eu ia me adaptando e melhorando. Ao final do segundo dia, quando saí do carro, o Vicenzo me chamou para conversar e explicar como eu deveria utilizar os pneus, para extrair o máximo deles e poder melhorar. Ao final da conversa, ele me deu mais um jogo extra de pneus novos para que eu pudesse aplicar tudo que ele havia me explicado. Com isso, consegui melhorar meu tempo e fui 3 décimos mais rápido que o piloto titular do carro.

          Depois desse teste, conversamos internamente para que lado deveríamos ir. Naquele ano, a F4 estava se espalhando pelo mundo e decidimos ir para a Inglaterra, onde o esporte a motor tem muita tradição. Com essa escolha, me mudei para a Inglaterra para poder ficar perto da equipe para poder estar sempre envolvido com a equipe e os engenheiros. Para isso, tive que abrir mão de amigos e família, visando sempre o meu sonho. Meu primeiro ano na F4 foi com a equipe SWB Motorsport, uma equipe menor em relação as outras, mas devido à falta de apoio e recurso, era o que estava dentro do orçamento. Durante esse ano, sofri bastante com a falta de engenheiro em algumas corridas, o que dificultava a evolução do carro. Mesmo com esta falta e também falta de teste durante o ano, tiveram várias situações em que consegui me destacar. Um grande exemplo disso, foi a corrida de Oulton Park, onde eu cheguei sem conhecer a pista e só tive 2 treinos de 40 minutos para adaptação e setup do carro. Além disso, meu engenheiro só chegou no dia seguinte, antes da tomada de tempo. Mesmo assim consegui o 3º melhor tempo na classificação. Tiveram outras corridas que consegui ótimos resultados que foi o que fez eu migrar para a equipe Arden (3ª força no campeonato) no ano seguinte.

          Por conta dos bons resultados que obtive com a SWB, a Arden me ofereceu uma proposta muito boa, com o orçamento parecido com o que eu já havia pagado no primeiro ano. Com isso, fechamos o contrato para o ano de 2016, com grande expectativa de brigar pelo campeonato. No início da temporada, a Arden perdeu seu melhor engenheiro, com todas as informações de setup do carro. Dessa forma, sofremos bastante durante a maior parte do ano, desenvolvendo o carro desde o zero. Por causa da burocracia do trabalho da equipe, o desenvolvimento do carro foi muito lento, tanto que meu engenheiro pediu liberdade para poder trabalhar. Chegou em um momento da temporada que a equipe liberou e a partir desse ponto, o carro foi melhorando a cada etapa. Chegando ao final do ano, meu engenheiro Pedro Matos se tornou engenheiro chefe da equipe para 2017.

          Ao final de 2016, recebi o convite da AVFormula para fazer testes na Fórmula Renault 2.0. Realizei três testes, todos eles oficiais da categoria, junto a outras equipes do campeonato. Foram testes muito positivos, o que fez com que a AVF me fizesse uma proposta para disputar o campeonato de 2017. Fizemos tudo para conseguir fechar este contrato, mas não foi possível devido ao nosso orçamento insuficiente.

 

          Devido os altos custos das categorias na Europa, no início de 2018, optamos por ir para os Estados Unidos disputar a categoria que na época se chamava Pro Mazda. Conversando com as equipes conseguimos uma oportunidade com a Pelfrey, equipe muito tradicional no automobilismo americano que estava com um projeto interessante. Novamente o baixo orçamento, nos permitiu um contrato para apenas as duas primeiras etapas do campeonato, e dependendo dos resultados ia ser decidido se este contrato iria se estender. Durante essas duas etapas vimos que a equipe estava passando por um período de decadência, e dessa forma, decidimos não continuar com a equipe após as duas etapas.

Em 2020, eu estou de volta após alguns anos competindo em categorias internacionais. O foco agora é a Stock Light que vou competir pela equipe W2 Racing / Crown Racing Team.

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